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Ipecuá ( Portuguese )

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O ipecuá[2] ou uirapuru-de-bando[3] (nome científico: Thamnomanes caesius) é uma ave passeriforme, florestal, da família dos tamnofilídeos (Thamnophilidae), encontrada na Amazônia e na parte oriental do Brasil.[1]

Etimologia

O vernáculo ipecuá é de origem incerta, mas possivelmente advém do tupi.[4]

Descrição

O ipecuá mede cerca de 14,5 centímetros de comprimento. Possui dimorfismo, com o macho de cor cinza e a fêmea de cor parda-olivácea.[4]

Distribuição e habitat

O ipecuá está distribuído do leste do Equador, norte do Peru, centro-sul e sudeste da Colômbia, sul e leste da Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, na Amazônia brasileira a leste do Amapá e Maranhão, do sul ao centro-sul da Amazônia e extremo nordeste da Bolívia.[5] Esta espécie é considerada comum no mato da floresta úmida, principalmente em terra firme, como em áreas alagadas, até 600 metros de altitude.[6]

Sistemática

O ipecuá foi descrito pela primeira vez pelo naturalista holandês Coenraad Jacob Temminck em 1820 sob o nome científico Muscicapa caesis; localidade tipo "Bahia, Brasil".[5][7][8] É agora colocado no gênero Thamnomanes que foi introduzido pelo ornitólogo alemão Jean Cabanis em 1847.[9] O nome genérico masculino Thamnomanes vem do grego thamnos (arbusto), e manēs (apaixonado); que significa "apaixonado por arbustos";[10] e o nome específico caesius vem do latim para "cinza azulado".[11]

Taxonomia

O ipecuá é um parente próximo do uirapuru-azul (Thamnomanes schistogynus) e foi previamente tratado como coespecífico. Análises genéticas recentes mostraram uma profunda divergência genética entre as diferentes populações, mas o código de barras de DNA confirmou a monofilia dessas populações. A subespécie simillimus às vezes é anexada ao nome, mas é aceita com base na plumagem mais escura do macho e na menor mancha interescapular.[5]

Subespécies

De acordo com a classificação do Congresso Ornitológico Internacional (IOC) (Versão 7.2, 2017)[12] e a lista de Clements v.2016,[13] cinco subespécies são reconhecidas, com sua distribuição geográfica correspondente:[5]

  • Thamnomanes caesius glaucus (Cabanis, 1847) – sul da Venezuela (Bolívar, Amazonas), Guianas, leste da Colômbia (sul de Meta e Vichada), norte do Brasil (norte do Amazonas a leste do Amapá), leste do Equador e nordeste do Peru (norte do rio Amazonas e oeste do Ucaiáli, para o sul até o norte de Ucaiáli).
  • Thamnomanes caesius persimilis (Hellmayr, 1907) – Brasil central ao sul do rio Amazonas (baixo Juruá e alto Purus à margem esquerda do Tapajós, ao sul até o norte de Rondônia e oeste de Mato Grosso) e extremo nordeste da Bolívia (nordeste de Santa Cruz).
  • Thamnomanes caesius simillimus (Gyldenstolpe, 1951) – centro-sul da Amazônia brasileira: conhecida apenas a partir do médio Purus.
  • Thamnomanes caesius hoffmannsi (Hellmayr, 1906) – Centro-leste do Brasil ao sul da Amazônia (da margem direita do Tapajós, leste ao oeste de Maranhão, sul ao nordeste do Mato Grosso).
  • Thamnomanes caesius caesius (Temminck, 1820) – costa leste do Brasil (do sul de Pernambuco ao Rio de Janeiro, e no interior da bacia do rio Doce em Minas Gerais).

Conservação

O ipecuá possui um alcance muito grande, o que justificou sua classificação como pouco preocupante na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN). Ainda que não se saiba o valor exato de sua população, é assumido que esteja em tendência de declínio populacional devido à perca de habitat.[1] Em 2005, foi listado como criticamente em perigo na Lista de espécies ameaçadas de extinção do Estado do Espírito Santo;[14] em 2010, como em perigo na Lista de Ameaça de Flora e Fauna do Estado de Minas Gerais;[15] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[16][17]

Referências

  1. a b c d BirdLife International (2016). Thamnomanes caesius (em inglês). IUCN 2016. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN de 2016 Versão e.T22701420A93828950. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22701420A93828950.en Página visitada em 28 de outubro de 2021.
  2. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 197. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022
  3. Bernardino, Francisco Ritta; Júnior, Reynier de Sousa Omena (2003). Aves da Amazônia - guia de referência para a observação de aves. Cajamar, São Paulo: Oceano Indústria Gráfica. p. 239
  4. a b Grande Dicionário Houaiss, verbete ipecuá
  5. a b c d Zimmer, K.; Isler, M. L. (2020). «Cinereous Antshrike (Thamnomanes caesius), version 1.0». In: del Hoyo, J.; Elliot, A.; Sargatal, J.; Christie, D. A.; Juana, E. de. Birds of the World. Ítaca, Nova Iorque: Laboratório Cornell de Ornitologia. doi:10.2173/bow.cinant1.01
  6. Ridgely, Robert; Tudor (2009). «Thamnomanes caesius, p. 337, lámina 23(4)». Field guide to the songbirds of South America: the passerines. Col: Mildred Wyatt-World series in ornithology 1.ª ed. Austin: Imprensa da Universidade do Texas. ISBN 978-0-292-71748-0
  7. Temminck, Coenraad Jacob (1838). Nouveau recueil de planches coloriées d'oiseaux, pour servir de suite et de complément aux planches enluminées de Buffon (em francês). 3. Paris: F. G. Levrault
  8. Peters, James Lee (1951). Check-list of Birds of the World. 7. Cambrígia: Museu de Zoologia Comparativa
  9. Cabanis, Jean (1847). «Ornithologische notizen». Archiv für Naturgeschichte (em alemão). 13: 186–256 [230]
  10. Jobling, J.A. (2018). «Thamnomanes». In: del Hoyo; Elliott, A.; Sargatal; Christie, D.A.; de Juana, E. Handbook of the Birds of the World Alive. Barcelona: Lynx Edicions |acessodata= requer |url= (ajuda)
  11. Jobling, J.A. (2018). «Caesius». In: del Hoyo; Elliott, A.; Sargatal; Christie, D.A.; de Juana, E. Handbook of the Birds of the World Alive. Barcelona: Lynx Edicions |acessodata= requer |url= (ajuda)
  12. Gill; Donsker, David, eds. (2018). «Antbirds». World Bird List Version 8.1. International Ornithologists' Union. Consultado em 21 de março de 2018
  13. Clements, J. F.; Schulenberg, T. S.; Iliff, M. J.; Roberson, D.; Fredericks, T. A.; Sullivan, B. L.; Wood, C. L. (2016). The eBird/Clements checklist of birds of the world. Ítaca, Nova Iorque: Laboratório Cornell de Ornitologia
  14. «Espécies ameaçadas de extinção no Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 1 de maio de 2022
  15. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022
  16. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018
  17. «Thamnomanes caesius Desmarest». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 22 de abril de 2022
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