dcsimg
Image of Halobacteriaceae
Creatures »

Archaeans

Archaea

Archaea ( Portuguese )

provided by wikipedia PT

Archaea (do grego: antigo, velho;[1] em português: arquea,[2][3] arqueia,[4] arqueiaAO 1990, arquaia[4]) é a designação de um domínio de seres vivos unicelulares morfologicamente semelhantes às bactérias, mas genética e bioquimicamente tão distintas destas como dos eucariontes. Esses micro-organismos não possuem um núcleo celular e são, portanto, procariontes. As arqueias foram inicialmente classificadas como um tipo de bactérias, recebendo o nome archaebacteria, mas essa classificação está obsoleta. Elas foram renomeadas para esclarecer que as arqueias estão mais intimamente ligadas aos eucariontes (vida na qual as células possuem um núcleo), do que às bactérias.[5]

As células das arqueias possuem propriedades únicas, separando-as dos domínios Bacteria e Eukaryota. As arqueias são divididas em vários filos reconhecidos, entretanto, a sua classificação é difícil, pois a maioria não foi isolada em laboratório e somente foi detectada pela análise de seus ácidos nucleicos em amostras de seu ambiente.

A separação entre os domínios Bacteria e Archaea deu-se na década de 1970, quando o microbiólogo Carl Woese verificou que ao comparar as sequências de RNA ribossómico de várias espécies era possível separá-las em três grupos distintos. Apesar do nome (Archaea em grego significa “antigo”), este não significa que as Archaeas sejam mais semelhantes aos organismos primitivos do que as Bactérias ou os Eucariotas. Woese decidiu atribuir o nome Archaea a este domínio para fazer sobressair a sua natureza mais primitiva relativamente aos Eucariotas.[6]

As arqueias possuem características que podem ser encontradas em eucariotas ou em bactérias. A título de exemplo, as arqueias possuem geralmente um único cromossoma circular - à semelhança das bactérias -, mas os seus cromossomas podem ter mais do que uma origem de replicação - fenómeno que se pensava estar presente apenas nos eucariotas.[7]

No entanto, elas possuem características morfologicas próprias que justificam seu distanciamento das bactérias. A mais marcante dessas características distintivas é a ausência de um núcleo delimitado por uma membrana; por este motivo, tanto as arqueias como as bactérias são denominadas de procariotas. Uma vez que esta definição de procariotas é baseada em uma ausência, i.e., é feita com base numa característica que está presente nos eucariotas mas não está presente nos procariotas, alguns autores sugerem que a transcrição acoplada à tradução seja utilizada como característica apomórfica dos procariotas.[8]

Algumas arqueias possuem características metabólicas únicas, tais como:

  • Algumas espécies de Archaea (Halobacteria), produzem energia a partir da luz, por uma estrutura celular chamada bacteriorrodopsina.[9] Isto constitui um fenómeno de fototrofia (mas não de fotossíntese).
  • Algumas arqueias pertencentes ao filo Euryarchaeota conseguem produzir metano, sendo por isso chamadas de metanogénios. Alguns destes organismos vivem no intestino de ruminantes.

Além disso, as arqueias possuem uma membrana celular com lípidos compostos de uma associação de glicerol-éter, enquanto que os das bactérias e eucariotas são compostos de glicerol-éster. Além disso, o grupo glicerol ao qual a cadeia hidrofóbica se encontra ligada tem estereoquímica diferente nas arqueias, comparativamente às bactérias e aos eucariotas. Também ao contrário das bactérias, as arqueias não possuem uma parede celular de peptidoglicanos. Apenas um grupo relativamente pequeno de arqueias possui uma parede celular composta por um polissacarídeo (pseudomureína); a maior parte das arqueias possui antes uma estrutura proteica para-cristalina chamada de S-layer ("superfície S").[10] Finalmente, o flagelo das arqueias é diferente em composição e desenvolvimento do das bactérias, tendo sido inclusivamente chamado de arcaelo (do original archaellum) para evidenciar as diferenças relativamente ao flagelo bacteriano.[11]

O reino Archaea contém os filos

  • Korarchaeota
  • Crenarchaeota
  • Euryarchaeota
  • Nanoarchaeota
  • Thaumarchaeota (anteriormente considerados "Crenarchaeota mesófilos")
  • 'Aigarchaeota'

Em 2015 foi sugerida a existência de um novo filo, o Lokiarchaeota.[12]

História

O primeiro grupo de arqueias estudado foi o das metanógenas. A metanogénese foi descoberta no lago Maior de Itália em 1776, ao observar nele o burbulhar do "ar combustível". Em 1882 observou-se que a produção de metano no intestino dos animais devia-se à presença de micro-organismos (Popoff, Tappeiner e Hoppe-Seyler).[13]

Em 1936, ano que marcou o princípio da era moderna no estudo da metanogénese, H.A Barker oferece as bases científicas para o estudo da sua fisiologia e conseguiu desenvolver um meio de cultivo apropriado para o crescimento dos metanógenos. Nesse ano foram identificados os géneros Methanococcus e Methanosarcina.[14]

As primeiras arqueias extremófilas foram encontradas em ambientes quentes. Em 1970, Thomas D. Brock, da Universidade de Wisconsin, descobriu a Thermoplasma, uma arqueia termoacidófila, e em 1972 a Sulfolobus, uma hipertermófila.[15] Brock ter-se-á iniciado em 1969 no campo da biologia dos hipertermófilos com a descoberta de Thermus aquaticus, que não é uma arquea mas antes uma bactéria.

Em 1977 identificam-se as arqueias como o grupo procarionte mais distante ao descobrir que os metanógenos apresentam uma profunda divergência com todas as bactérias estudadas. Nesse mesmo ano propôs a categoria de super-reino para este grupo com o nome de Archaebacteria. Em 1978, o manual de Bergey dá-lhe a categoria de filo com o nome de Mendosicutes e em 1984 divide o reino Procaryotae ou Monera em 4 divisões, agrupando as Archaebacteria na divisão Mendosicutes.[16]

As arqueias hipertermófilas foram agrupadas em 1984 com o nome de Eocyta, identificando-as como um grupo independente das então chamadas arqueobactérias (em referência aos metanógenos) e às eubactérias, descobrindo-se para além disso que Eocyta era o grupo mais próximo dos eucariontes.[17] A relação filogenética entre metanógenos e hipertermófilos faz com que em 1990 se renomeie a Eocyta como Crenarchaeota e as metanógenas como Euryarchaeota, formando o novo grupo Archaea como parte do sistema dos três domínios.[18]

Classificação

Um novo domínio

 src=
Archaea foram detectados primeiramente em ambientes extremos, tais como em fontes hidrotermais
 src=
As arqueias prevalecem em ambientes hostis aos demais seres

No início do século XX, os procariotas eram vistos como um grupo singular de organismos e eram classificados com base na sua bioquímica, morfologia e metabolismo. Por exemplo, os microbiólogos tentaram classificar os micro-organismos com base nas estruturas das suas paredes celulares, nas suas formas e nas substâncias que consumiam.[19] No entanto, uma nova abordagem foi proposta em 1965,[20] usando as sequências dos genes destes organismos para decifrar quais procariotas eram genuinamente relacionados uns com os outros. Esta abordagem, conhecida como filogenética, é o principal método usado hoje em dia.

As Archaea foram primeiro classificados como um grupo separado de procariotas em 1977, por Carl Woese e George E. Fox em árvores filogenéticas baseadas em sequências de genes de ARN ribossomal.[21] Os dois grupos encontrados foram nomeados de Archaebacteria e Eubacteria e tratados como reinos ou sub-reinos, que Woese e Fox denominaram Urkingdoms. Woese argumentava que estes grupos de procariotas eram formas de vida fundamentalmente diferentes. Para enfatizar esta diferença, estes dois domínios foram mais tarde renomeados de Archaea e Bacteria.[22] A palavra archaea vem do grego antigo ἀρχαῖα, que significa coisas antigas.[23]

Ao princípio, apenas os metanogénicos foram colocados neste novo domínio, e as arqueias eram vistos como extremófilos que existiam apenas em habitats como fontes hidrotermais e lagos salgados. Para o fim do século XX, os microbiólogos perceberam que as arqueia eram um grande e diverso grupo de organismos que tinham uma vasta distribuição na natureza e eram comuns em habitats não tão extremos, tal como em solos e oceanos.[24] Já se conhece também que as arqueias estão presentes no microbioma humano, apesar de não se conhecer nenhuma espécie de arqueia patogénica.[25] Esta nova apreciação da importância e ubiquidade das archaea veio do uso da reação em cadeia da polimerase para detectar procariotas em amostras de água ou solo, a partir apenas dos seus ácidos nucleicos. Isto permite a detecção e identificação de organismos que não podem ser cultivadas no laboratório, processo muitas vezes difícil de se concretizar.[26][27]

Classificação atual

A classificação das Archaea e dos procariotas em geral é um campo contencioso e de rápida evolução. Os atuais sistemas de classificação pretendem organizar as arqueias em grupos de organismos que partilham caracteres estruturais e ancestrais comuns.[28] Estas classificações apoiam-se grandemente nas sequências de genes de ARN ribossomal para revelar as relações entre organismos (filogenética molelular).[29] A maioria das espécies de archaea cultiváveis e bem investigadas são membros de dois filos principais, os Euryarchaeota e os Crenarchaeota. Outros grupos foram tentativamente criados. Por exemplo, à espécie peculiar Nanoarchaeum equitans, que foi descoberta em 2003, foi-lhe dado e seu próprio filo, os Nanoarchaeota.[30] Um novo filo, os Korarchaeota, foi também proposto, contendo um pequeno grupo de espécies termofílicas pouco usuais, que partilham caracteres de ambos os filos principais, mas que é mais relacionado com os Crenarchaeota.[31][32] Outras espécies detectadas recentemente são apenas relacionadas de maneira distante com algum destes grupos, tais como os Archaeal Richmond Mine Acidophilic Nanoorganisms (ARMAN), descobertos em 2006.[33]

 src=
Os ARMAN são um grupo de archaea recentemente descobertos.

A classificação das archaea em espécies é também controverso. Em biologia, uma espécie é um grupo de organismos relacionados. Uma definição popular de espécie em animais é que são um grupo de organismos que se podem cruzar uns com os outros e que estão reprodutivamente isolados de outros grupos de organismos (isto é, não podem se cruzar com outras espécies).[34] No entanto, esforços para classificar procariotas como as archaea em espécies são complicados por serem assexuais e mostrarem níveis altos de transferência horizontal de genes entre linhagens. Esta área é ainda contenciosa; com, por exemplo, alguns dados sugerindo que nos archaea como o género Ferroplasma, células individuais podem ser agrupadas em populações que possuem genomas altamente similares e que raramente transferem genes com grupos de células mais divergentes.[35] Pensa-se que estes grupos de células sejam análogos a espécies. Por outro lado, estudos em Halorubrum encontraram trocas genéticas significantes entre tais populações.[36] Tais resultados levaram ao argumento de que classificar estes grupos de organismos em espécies terá pouco significado prático.[37]

O conhecimento actual sobre a diversidade dos archaea é fragmentário e o número total de espécies de archaea não pode ser estimado com precisão.[29] Mesmo estimativas do número total de filos nos archaeae variam entre 18 a 23, dos quais apenas 8 filos possuem representantes que foram cultivados e estudados directamente. Muitos destes grupos hipotéticos são conhecidos somente através de uma simples sequência de ARNr, indicando que a vasta maioria da diversidade entre estes organismos permanece completamente desconhecida.[38] O problema de como estudar e classificar micróbios não cultivados, ocorre também em Bacteria.[39]

Espécies

A classificação das arqueias em espécies é também controversa. Em biologia, define-se espécie como um grupo de organismos relacionados. O critério de que se podem reproduzir entre si e não com outros, que se pode aplicar com relativa facilidade a animais ou plantas, não se aplica às arqueias, que se reproduzem assexuadamente.[40]

Além disso, as Archaea apresentam um alto grau de transfêrencia horizontal de genes entre distintas linhagens. Alguns investigadores sugerem que os indivíduos podem agrupar-se em povoações semelhantes a espécies quando se observa uma grande similaridade dos seus genomas e uma pouco frequente transferência de genes a/de células que tenham genomas menos relacionados, como no caso do género Ferroplasma.[41] Por outro lado, em estudos do género Halorubrum encontrou-se uma significativa transferência de genes a/doutras povoações menos relacionadas, o que limita a aplicabilidade deste critério.[42] Uma segunda preocupação está em que medida essas designações de espécies apresentam um significado práctico.[43]

Os conhecimentos que se têm da sua diversidade genética são fragmentários e o número total de espécies de arqueias não pode ser estimado com precisão.[29] A estimativa dos possíveis filos que poderia haver (quase todos sem terem sido descritos) é de entre 18 e 23, dos quais só 8 possuem representantes que sejam cultivados e estudados directamente (na LPSN figuram 5 filos). Muitos destes grupos hipotéticos só são conhecidos por uma só sequência de ARNr, o que indica que a diversidade entre estes organismos mantém-se pouco clara.[44] Entre as bactérias também existem muitos micróbios não cultivados com implicações parecidas para a sua caracterização.[45]

Origem e evolução

Os archaea são formas de vida antigas. Prováveis fósseis destas células foram datadas de perto de 3,42 bilhões de anos[46], e vestígios de lípidos que poderiam ser de archaea ou eucarióticos foram detectados em xistos que datam de 2,7 bilhões de anos.[47] Visto que a maioria dos procariontes não possuem morfologias distintivas, as formas dos fósseis não podem ser utilizadas para os identificar como archaea. Por sua vez, fósseis químicos, na forma de lípidos únicos encontrados em archaea, são mais informativos porque tais compostos não ocorrem em outros grupos de organismos.[48] Tais lípidos não foram detectados em rochas que datam desde o Pré-Câmbrico. Os traços mais antigos destes lípidos (isoprenos) têm origem no distrito de Isua, na Gronelândia ocidental, que inclui sedimentos formados há 3,8 bilhões de anos e que são os mais antigos na Terra.[49] A origem das archaea parece ser muito antiga e as linhagens de archaea podem ser as mais antigas que existem na Terra.[50]

 src=
Árvore filogenética mostrando as relações entre as archaea e outras formas de vidas. Eucariotas estão a vermelho, as archaea a verde e as bactérias a azul. Adaptado de Ciccarelli et al..[51]

Woese argumentou que as bactérias, as archaea e os eucariotas, cada qual representa uma linha de descendência que divergiu de uma colónia ancestral de organimos.[52][53] Alguns biólogos, no entanto, argumentaram que as archaea e os eucariotas apareceram de um grupo de bactérias.[54] É possível que o último ancestral comum das bactérias e das archaea fosse em termófilo, o que levanta a possibilidade de que temperaturas menores são "ambientes extremos" em termos das archaea, e organismos de vivem em ambientes mais frios apareceram mais tarde na história da vida na Terra.[55] Visto que as Archaea e as Bacteria não são mais relacionadas uma com outra do que são em relação aos eucariotas, isto levou a que o termo "procariota" não tivesse significado evolutivo e devesse ser descartada inteiramente.[56]

A relação entre archaea e eucariotas permanece um problema importante. Para além das semelhanças na estrutura celular e função, que são discutidas abaixo, muitas árvores genéticas juntam os dois grupos. Algumas análises anteriores sugeriam que a relação entre eucariotas e o filo Euryarchaeota são mais próximas que as relações entre os Euryarchaeota e o filo Crenarchaeota.[57] No entanto, é hoje em dia considerado mais provável que o ancestral dos eucariotas divergiu cedo dos archaea.[58][59] A descoberta de genes parecidos com os de archaea, em certas bactérias como Thermotoga marítima, torna estas relações difíceis de determinar, uma vez que a transferência horizontal de genes ocorreu.[60] Alguns cientistas sugeriram que os eucariotas apareceram através de uma fusão de archaea e eubacteria, que se tornaram no núcleo e no citoplasma; isto conta para várias semelhanças genéticas mas torna-se difícil a explicar a estrutura celular.[61]

Morfologia

 src=
O tamanho de células procarióticas em relação a outras células e biomoléculas

As células de archaea têm um tamanho que varia de 0,1 micrómetros (μm) até 15 μm de diâmetro, e ocorrem numa variedade de formas, normalmente como esferas, bastonetes, espirais ou placas.[62] Outras morfologias nos Crenarchaeota incluem células lobadas de forma irregular em Sulfolobus, filamentos em forma de agulha que têm menos que metade de um micrómetro de diâmetro em Thermofilum, e também bastonetes quase perfeitamente regulares em Thermoproteus e Pyrobaculum.[63] Existe mesmo uma espécie de archaea de forma achatada e quadrada chamada Haloquadra walsbyi que vive em charcos hipersalinos.[64] Estas formas pouco usuais são provavelmente mantidas quer pelas suas paredes celulares quer pelo citosqueleto procariota. Proteínas relacionadas aos componentes do citosqueleto de outros organismos existem nas archaea,[65] e filamentos são formados entre as suas células,[66] mas em contraste a outros organismos, estas estruturas celulares são pouco entendidas nas archaea.[67]

Algumas espécies de archaea formam agregados ou filamentos de células com 200 μm de comprimento,[62] e estes organismos podem ser membros proeminentes da comunidade de micróbios que compõem os biofilmes.[68] Um exemplo extremo é Thermococcus coalescens, em que agregados de células se juntam formando células únicas gigantes.[69] Uma particularmente elaborada forma de colónia multicelular é produzida por archaea do género Pyrodictium. Aqui, as células produzem conjuntos de longos e finos tubos ocos denominados cannulae que emanam das células e conectam as células formando uma colónia densa.[70] A função destas cannulae é ainda desconhecida, mas poderão permitir que as células comuniquem ou troquem nutrientes com os seus vizinhos.[71] Colónias podem também ser produzidas por uma associação ente diferentes espécies. Por exemplo, na comunidade de "cordão de pérolas" que foi descoberta em 2001 num pântano na Alemanha, colónias esbranquiçadas e arredondadas de uma nova espécie de archaea do filo Euryarchaeota estão espaçadas ao longo de finos filamentos que podem ter até 15 cm de comprimento; estes filamentos são formados de uma espécies particular de bactéria.[72]

Comparação com outros domínios

Collapsed tree labels simplified.png

A seguinte tabela descreve algumas das características principais que as arqueias compartilham com os outros domínios ou que lhes são exclusivas.[73] Muitas destas características serão discutidas mais abaixo.

Relação com os eucariotas

As relações evolutivas entre arqueias e eucariotas não são claras. À parte das semelhanças na estrutura e funções celulares que serão discutidas mais abaixo, muitas árvores genéticas agrupam as duas linhagens.

As complicações aumentam porque alguns consideram que as relações entre os eucariotas e o filo arqueano das Crenarchaeota são mais próximas do que as relações entre os filos arqueanos de Euryarchaeota e Crenarchaeota,[80] e pela presença de genes do tipo arqueano em certas bactérias, como Thermotoga maritima, devido à transferência horizontal de genes.[81] A principal hipótese é que o antepassado dos eucariotas divergiu muito cedo das Archaea,[82][83] e que os eucariotas surgiram pela fusão duma arqueia e uma eubactéria, que deram lugar ao aparecimento do núcleo e do citoplasma, respectivamente; isto explicaria várias parecenças genéticas mas por outro lado embate com outras dificuldades para explicar a estrutura celular.[84] Por fim, outra hipótese estabelece que Eukaryota se relaciona com Archaea pela proximidade de ambos com o superfilo TACK (siglas de quatro filos arqueanos).[85] A descoberta do clado TACK é fundamental para a compreensão da origem das arqueias e da primeira célula eucariota. Nas diferentes árvores filogenéticas elaboradas, Archaea estaria de diversas formas relacionada com Eukaryota. Cruzando estes dados obtém-se um resultado que desbotaria a árvore dos três domínios, apoiando a hipótese do eócito e a simbiogénese pré-eucariota e depreender-se-ia a presença do superfilo que agrupa os vários filos arqueanos com Eukaryota sob as siglas TACK,[86] o que, segundo as árvores filogenéticas dos partidários desta hipótese, pode resumir-se da seguinte forma:

Prokaryota

Bacteria


Archaea

Euryarchaeota, Nanoarchaeota


TACK

Thaumarchaeota



Aigarchaeota



Crenarchaeota



Korarchaeota


+ α─proteobacteria

Eukaryota





Questionamento do sistema de três domínios

Em hipóteses anteriores como a de Woese, foi argumentado que as bactérias, arqueias e eucariotas representavam três linhagens evolutivas distintas que divergiram há muitos milhões de anos dum grupo ancestral de organismos.[87][88] Outros argumentaram que as arqueias e eucariotas surgiram dum grupo de bactérias.[89] Cavalier-Smith propôs o clado Neomura para representar esta teoria; Neomura significa 'paredes novas' e faz referência à teoria de que as arqueias e os eucariotas teriam derivado de bactérias que (entre outras adaptações) substituiram as paredes de peptidoglicano por outras de glicoproteínas. Segundo Woese, como as arqueias e as bactérias não estariam mais estritamente relacionadas umas com as outras do que com os eucariontes, propôs-se que o termo "procariota" não teria um verdadeiro sentido evolutivo e que por isso teria que ser desconsiderado por completo.[56] Porém, muitos biólogos evolutivos consideram que no sistema de três domínios se exagerou na diferença entre arqueias e bactérias, e sustentam que a transição mais dramática produziu-se entre Prokaryota e Eukaryota (sistema de dois impérios), este último de origem mais recente por eucariogénese e como resultado da fusão endosimbiótica de pelo menos dois procariontes: uma arqueia e uma bactéria.

Estrutura celular

Membrana celular

Diferente da bactéria que tem na sua membrana a presença de lipídios ligações éster, a archea tem ligações éter.[carece de fontes?]

Referências

  1. FONSECA, F. V. Peixoto da (28 de março de 2000). ««Archeae»». Consultado em 25 de agosto de 2009
  2. «O SURPREENDENTE DOMÍNIO ARQUEA». Jornal de Notícias. 25 de maio de 2000. Consultado em 25 de agosto de 2009
  3. «Fisiologia de Microrganismos» (PDF). Consultado em 25 de agosto de 2009
  4. a b FONSECA, F. V. Peixoto da (4 de abril de 2000). «Arquaia». Consultado em 25 de agosto de 2009
  5. Pace, Norman R. (17 de maio de 2006). «Time for a change». Nature (em inglês). 441 (7091): 289–289. ISSN 0028-0836. doi:10.1038/441289a
  6. Woese, Carl R.; Kandler, Otto; Wheelis, Mark L. «Towards a natural system of organisms: proposal for the domains Archaea, Bacteria, and Eucarya.». Proceedings of the National Academy of Sciences. Consultado em 19 de julho de 2015 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  7. Walsh, David A.; Doolittle, W. Ford (12 de abril de 2005). «The real 'domains' of life». Current Biology. 15 (7). doi:10.1016/j.cub.2005.03.034. Consultado em 19 de julho de 2015
  8. Martin, William; Eugene V. Koonin. «A positive definition of prokaryotes». Nature. doi:10.1038/442868c. Consultado em 16 de dezembro de 2016 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  9. Lozier, R H; R A Bogomolni, and W Stoeckenius. «Bacteriorhodopsin: a light-driven proton pump in Halobacterium Halobium.». Biophysical Journal. doi:10.1016/S0006-3495(75)85875-9 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  10. Albers, Sonja-Verena; Benjamin H. «The archaeal cell envelope». Nature Reviews Microbiology. 9 (6): 414–426. doi:10.1038/nrmicro2576 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  11. Jarrell, Ken F; Albers, Sonja-Verena. «The archaellum: an old motility structure with a new name». Trends in Microbiology. doi:10.1016/j.tim.2012.04.007. Consultado em 19 de julho de 2015 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  12. Spang, A.; Saw, J.; Jørgensen, S.; et al. (6 de maio de 2015). «Complex archaea that bridge the gap between prokaryotes and eukaryotes». Nature. 521: 173–179. doi:10.1038/nature14447
  13. James G. Ferry (1993). "Methanogenesis: Ecology, Physiology, Biochemistry & Genetics". [S.l.: s.n.]
  14. Kluyver e van Niel 1936
  15. Brock TD, Brock KM, Belly RT, Weiss RL (1972). «Sulfolobus: a new genus of sulfur-oxidizing bacteria living at low pH and high temperature». Arch. Mikrobiol. (84 (1)): 54–68. PMID 4559703. doi:10.1007/BF00408082 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  16. "Bergey's Manual of Systematic Bacteriology". 1ª (4 vols.) ed. [S.l.: s.n.] 1984
  17. Lake, James A.; et al. (1984). «"Eocytes: A new ribosome structure indicates a kingdom with a close relationship to eukaryotes"». PNAS (81): 3786–3790
  18. Woese, C. R.; Kandler, O & Wheelis, M. L. (1990). «Towards a natural system of organisms: proposal for the domains Archaea, Bacteria, and Eucarya». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 87 (12): 4576–9. PMID 2112744. doi:10.1073/pnas.87.12.4576 A referência emprega parâmetros obsoletos |publicación= (ajuda) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  19. Staley JT (2006). «The bacterial species dilemma and the genomic-phylogenetic species concept». Philos. Trans. R. Soc. Lond., B, Biol. Sci. 361 (1475): 1899–909. PMID 17062409. doi:10.1098/rstb.2006.1914
  20. Zuckerkandl E, Pauling L (1965). «Molecules as documents of evolutionary history». J. Theor. Biol. 8 (2): 357–66. PMID 5876245. doi:10.1016/0022-5193(65)90083-4
  21. Woese C, Fox G (1977). «Phylogenetic structure of the prokaryotic domain: the primary kingdoms». Proc Natl Acad Sci USA. 74 (11): 5088–90. PMID 270744. doi:10.1073/pnas.74.11.5088
  22. Woese CR, Kandler O, Wheelis ML (1990). «Towards a natural system of organisms: proposal for the domains Archaea, Bacteria, and Eucarya». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 87 (12): 4576–9. PMID 2112744. doi:10.1073/pnas.87.12.4576 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  23. archaea. (2008). In Merriam-Webster Online Dictionary. Retrieved July 1, 2008, from http://www.merriam-webster.com/dictionary/archaea
  24. DeLong EF (1998). «Everything in moderation: archaea as 'non-extremophiles'». Curr. Opin. Genet. Dev. 8 (6): 649–54. PMID 9914204. doi:10.1016/S0959-437X(98)80032-4
  25. Dridi, Bédis; Didier Raoult, Michel Drancourt. «Archaea as emerging organisms in complex human microbiomes». Anaerobe. doi:10.1016/j.anaerobe.2011.03.001 A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)
  26. Theron J, Cloete TE (2000). «Molecular techniques for determining microbial diversity and community structure in natural environments». Crit. Rev. Microbiol. 26 (1): 37–57. PMID 10782339. doi:10.1080/10408410091154174
  27. Schmidt TM (2006). «The maturing of microbial ecology» (PDF). Int. Microbiol. 9 (3): 217–23. PMID 17061212
  28. Gevers D, Dawyndt P, Vandamme P,; et al. (2006). «Stepping stones towards a new prokaryotic taxonomy». Philos. Trans. R. Soc. Lond., B, Biol. Sci. 361 (1475): 1911–6. PMID 17062410. doi:10.1098/rstb.2006.1915 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  29. a b c Robertson CE, Harris JK, Spear JR, Pace NR (2005). «Phylogenetic diversity and ecology of environmental Archaea». Curr. Opin. Microbiol. 8 (6): 638–42. PMID 16236543. doi:10.1016/j.mib.2005.10.003 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  30. Huber H, Hohn MJ, Rachel R, Fuchs T, Wimmer VC, Stetter KO. (2002). «A new phylum of Archaea represented by a nanosized hyperthermophilic symbiont». Nature. 417 (6884): 27–8. PMID 11986665. doi:10.1038/417063a !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  31. Barns SM, Delwiche CF, Palmer JD, Pace NR (1996). «Perspectives on archaeal diversity, thermophily and monophyly from environmental rRNA sequences». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 93 (17): 9188–93. PMID 8799176. doi:10.1073/pnas.93.17.9188 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  32. Elkins JG, Podar M, Graham DE,; et al. (junho de 2008). «A korarchaeal genome reveals insights into the evolution of the Archaea». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 105 (23): 8102–7. PMID 18535141. doi:10.1073/pnas.0801980105 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  33. Baker, B.J., Tyson, G.W., Webb, R.I., Flanagan, J., Hugenholtz, P. and Banfield, J.F. (2006). «Lineages of acidophilic Archaea revealed by community genomic analysis. Science». Science. 314 (6884): 1933 – 1935. PMID 17185602. doi:10.1126/science.1132690 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  34. de Queiroz K (2005). «Ernst Mayr and the modern concept of species». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 102 Suppl 1: 6600–7. PMID 15851674. doi:10.1073/pnas.0502030102
  35. Eppley JM, Tyson GW, Getz WM, Banfield JF (2007). «Genetic exchange across a species boundary in the archaeal genus ferroplasma». Genetics. 177 (1): 407–16. PMID 17603112. doi:10.1534/genetics.107.072892 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  36. Papke RT, Zhaxybayeva O, Feil EJ, Sommerfeld K, Muise D, Doolittle WF (2007). «Searching for species in haloarchaea». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 104 (35): 14092–7. PMID 17715057. doi:10.1073/pnas.0706358104 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  37. Kunin V, Goldovsky L, Darzentas N, Ouzounis CA (2005). «The net of life: reconstructing the microbial phylogenetic network». Genome Res. 15 (7): 954–9. PMID 15965028. doi:10.1101/gr.3666505 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  38. Hugenholtz P (2002). «Exploring prokaryotic diversity in the genomic era». Genome Biol. 3 (2): REVIEWS0003. PMID 11864374. doi:10.1186/gb-2002-3-2-reviews0003
  39. Rappé MS, Giovannoni SJ (2003). «The uncultured microbial majority». Annu. Rev. Microbiol. 57: 369–94. PMID 14527284. doi:10.1146/annurev.micro.57.030502.090759
  40. de Queiroz K (2005). «Ernst Mayr and the modern concept of species». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 102 (Suppl 1): 6600–7. Bibcode:2005PNAS..102.6600D. PMC . PMID 15851674. doi:10.1073/pnas.0502030102
  41. Eppley JM, Tyson GW, Getz WM, Banfield JF (2007). «Genetic exchange across a species boundary in the archaeal genus ferroplasma». Genetics. 177 (1): 407–16. PMC . PMID 17603112. doi:10.1534/genetics.107.072892 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  42. Papke RT, Zhaxybayeva O, Feil EJ, Sommerfeld K, Muise D, Doolittle WF (2007). «Searching for species in haloarchaea». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 104 (35): 14092–7. Bibcode:2007PNAS..10414092P. PMC . PMID 17715057. doi:10.1073/pnas.0706358104 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  43. Kunin V, Goldovsky L, Darzentas N, Ouzounis CA (2005). «The net of life: reconstructing the microbial phylogenetic network». Genome Res. 15 (7): 954–9. PMC . PMID 15965028. doi:10.1101/gr.3666505 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  44. Hugenholtz P (2002). «Exploring prokaryotic diversity in the genomic era». Genome Biol. 3 (2): REVIEWS0003. PMC . PMID 11864374. doi:10.1186/gb-2002-3-2-reviews0003
  45. Rappé MS, Giovannoni SJ (2003). «The uncultured microbial majority». Annu. Rev. Microbiol. 57: 369–94. PMID 14527284. doi:10.1146/annurev.micro.57.030502.090759
  46. «3.42-billion-year-old fossil threads may be the oldest known archaea microbes». Science News (em inglês). 26 de julho de 2021. Consultado em 27 de julho de 2021
  47. Brocks JJ, Logan GA, Buick R, Summons RE (1999). «Archean molecular fossils and the early rise of eukaryotes». Science. 285 (5430): 1033–6. PMID 10446042. doi:10.1126/science.285.5430.1033 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  48. Chappe B, Albrecht P, Michaelis W (julho de 1982). «Polar Lipids of Archaebacteria in Sediments and Petroleums». Science. 217 (4554): 65–66. PMID 17739984. doi:10.1126/science.217.4554.65 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  49. Hahn, Jürgen; Haug, Pat (1986). «Traces of Archaebacteria in ancient sediments». System Applied Microbiology. 7 (Archaebacteria '85 Proceedings): 178–83
  50. Wang M, Yafremava LS, Caetano-Anollés D, Mittenthal JE, Caetano-Anollés G (2007). «Reductive evolution of architectural repertoires in proteomes and the birth of the tripartite world». Genome Res. 17 (11): 1572–85. PMID 17908824. doi:10.1101/gr.6454307 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  51. Ciccarelli FD, Doerks T, von Mering C, Creevey CJ, Snel B, Bork P (2006). «Toward automatic reconstruction of a highly resolved tree of life». Science. 311 (5765): 1283–7. PMID 16513982. doi:10.1126/science.1123061 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  52. Woese CR, Gupta R (1981). «Are archaebacteria merely derived 'prokaryotes'?». Nature. 289 (5793): 95–6. PMID 6161309. doi:10.1038/289095a0
  53. Woese C (1998). «The universal ancestor». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 95 (12): 6854–9. PMID 9618502. doi:10.1073/pnas.95.12.6854
  54. Gupta RS (2000). «The natural evolutionary relationships among prokaryotes». Crit. Rev. Microbiol. 26 (2): 111–31. PMID 10890353. doi:10.1080/10408410091154219
  55. Gribaldo S, Brochier-Armanet C (2006). «The origin and evolution of Archaea: a state of the art». Philos. Trans. R. Soc. Lond., B, Biol. Sci. 361 (1470): 1007–22. PMID 16754611. doi:10.1098/rstb.2006.1841. Consultado em 29 de outubro de 2008. Arquivado do original em 4 de junho de 2012
  56. a b Woese CR (março de 1994). «There must be a prokaryote somewhere: microbiology's search for itself». Microbiol. Rev. 58 (1): 1–9. PMC . PMID 8177167
  57. Lake JA (janeiro de 1988). «Origin of the eukaryotic nucleus determined by rate-invariant analysis of rRNA sequences». Nature. 331 (6152): 184–6. PMID 3340165. doi:10.1038/331184a0
  58. Gouy M, Li WH (maio de 1989). «Phylogenetic analysis based on rRNA sequences supports the archaebacterial rather than the eocyte tree». Nature. 339 (6220): 145–7. PMID 2497353. doi:10.1038/339145a0
  59. Yutin N, Makarova KS, Mekhedov SL, Wolf YI, Koonin EV (maio de 2008). «The deep archaeal roots of eukaryotes». Mol. Biol. Evol. 25. 1619 páginas. PMID 18463089. doi:10.1093/molbev/msn108 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  60. Nelson KE, Clayton RA, Gill SR,; et al. (1999). «Evidence for lateral gene transfer between Archaea and bacteria from genome sequence of Thermotoga maritima». Nature. 399 (6734): 323–9. PMID 10360571. doi:10.1038/20601 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  61. Lake JA. (1988). «Origin of the eukaryotic nucleus determined by rate-invariant analysis of rRNA sequences». Nature. 331 (6152): 184–6. PMID 3340165. doi:10.1038/331184a0
  62. a b Krieg, Noel (2005). Bergey’s Manual® of Systematic Bacteriology. USA: Springer. pp. 21–6. ISBN 978-0-387-24143-2
  63. Barns, Sue and Burggraf, Siegfried. (1997) Crenarchaeota. Version 01 January 1997. in The Tree of Life Web Project
  64. Walsby, A.E. (1980). «A square bacterium». Nature. 283 (5742): 69–71. doi:10.1038/283069a0
  65. Hara F, Yamashiro K, Nemoto N,; et al. (2007). «An actin homolog of the archaeon Thermoplasma acidophilum that retains the ancient characteristics of eukaryotic actin». J. Bacteriol. 189 (5): 2039–45. PMID 17189356. doi:10.1128/JB.01454-06 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  66. Trent JD, Kagawa HK, Yaoi T, Olle E, Zaluzec NJ (1997). «Chaperonin filaments: the archaeal cytoskeleton?». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 94 (10): 5383–8. PMID 9144246. doi:10.1073/pnas.94.10.5383 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  67. Hixon WG, Searcy DG (1993). «Cytoskeleton in the archaebacterium Thermoplasma acidophilum? Viscosity increase in soluble extracts». BioSystems. 29 (2–3): 151–60. PMID 8374067. doi:10.1016/0303-2647(93)90091-P
  68. Hall-Stoodley L, Costerton JW, Stoodley P (2004). «Bacterial biofilms: from the natural environment to infectious diseases». Nat. Rev. Microbiol. 2 (2): 95–108. PMID 15040259. doi:10.1038/nrmicro821 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  69. Kuwabara T, Minaba M, Iwayama Y,; et al. (novembro de 2005). «Thermococcus coalescens sp. nov., a cell-fusing hyperthermophilic archaeon from Suiyo Seamount». Int. J. Syst. Evol. Microbiol. 55 (Pt 6): 2507–14. PMID 16280518. doi:10.1099/ijs.0.63432-0 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)[ligação inativa]
  70. Nickell S, Hegerl R, Baumeister W, Rachel R (2003). «Pyrodictium cannulae enter the periplasmic space but do not enter the cytoplasm, as revealed by cryo-electron tomography». J. Struct. Biol. 141 (1): 34–42. PMID 12576018. doi:10.1016/S1047-8477(02)00581-6 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  71. Horn C, Paulmann B, Kerlen G, Junker N, Huber H (1999). «In vivo observation of cell division of anaerobic hyperthermophiles by using a high-intensity dark-field microscope». J. Bacteriol. 181 (16): 5114–8. PMID 10438790 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  72. Rudolph C, Wanner G, Huber R (maio de 2001). «Natural communities of novel archaea and bacteria growing in cold sulfurous springs with a string-of-pearls-like morphology». Appl. Environ. Microbiol. 67 (5): 2336–44. PMC . PMID 11319120. doi:10.1128/AEM.67.5.2336-2344.2001 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  73. A informação procede de Willey, JM; Sherwood, LM; Woolverton, CJ (2008). «19». "Microbiology" 7ª ed. [S.l.: s.n.] pp. 474–475 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link), excepto nas partes que têm notas.
  74. Talbert PB, Henikoff S (2010). «Histone variants – ancient wrap artists of the epigenome». Nature Reviews Molecular Cell Biology. 11: 264–275. doi:10.1038/nrm2861
  75. Sandman K, Reeve JN (2006). «Archaeal histones and the origin of the histone fold». Curr. Opin. Microbiol. 9: 520–525. doi:10.1016/j.mib.2006.08.003
  76. Bell SD, Jackson SP (1 de abril de 2001). «Mechanism and regulation of transcription in archaea». Curr. Opin. Microbiol. 4 (2): 208–13. PMID 11282478. doi:10.1016/S1369-5274(00)00190-9
  77. Reeve JN (2003). «Archaeal chromatin and transcription». Mol. Microbiol. 48 (3): 587–98. PMID 12694606
  78. Kelman LM, Kelman Z (2003). «Archaea: an archetype for replication initiation studies?». Mol. Microbiol. 48 (3): 605–15. PMID 12694608
  79. Phillips G, Chikwana VM, Maxwell A,; et al. (23 de abril de 2010). «Discovery and characterization of an amidinotransferase involved in the modification of archaeal tRNA». J. Biol. Chem. 285 (17): 12706–13. PMC . PMID 20129918. doi:10.1074/jbc.M110.102236 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  80. Lake JA (janeiro de 1988). «Origin of the eukaryotic nucleus determined by rate-invariant analysis of rRNA sequences». Nature. 331 (6152): 184–6. Bibcode:1988Natur.331..184L. PMID 3340165. doi:10.1038/331184a0
  81. Nelson KE, Clayton RA, Gill SR, Utterback TR; Malek JA; Linher KD; Garrett MM; Stewart AM; Cotton MD; Pratt MS; Phillips CA; Richardson D; Heidelberg J; Sutton GG; Fleischmann RD; Eisen JA; White O; Salzberg SL; Smith HO; Venter JC; Fraser CM (1999). «Evidence for lateral gene transfer between Archaea and bacteria from genome sequence of Thermotoga maritima». Nature. 399 (6734): 323–9. Bibcode:1999Natur.399..323N. PMID 10360571. doi:10.1038/20601 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  82. Gouy M, Li WH (1989). «Phylogenetic analysis based on rRNA sequences supports the archaebacterial rather than the eocyte tree». Nature. 339 (6220): 145–7. Bibcode:1989Natur.339..145G. PMID 2497353. doi:10.1038/339145a0
  83. Yutin N, Makarova KS, Mekhedov SL, Wolf YI, Koonin EV (2008). «The deep archaeal roots of eukaryotes». Mol. Biol. Evol. 25 (8): 1619–30. PMC . PMID 18463089. doi:10.1093/molbev/msn108 !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
  84. Lake JA. (1988). «Origin of the eukaryotic nucleus determined by rate-invariant analysis of rRNA sequences». Nature. 331 (6152): 184–6. Bibcode:1988Natur.331..184L. PMID 3340165. doi:10.1038/331184a0
  85. Tom A. Williams; et al. (2012). «A congruent phylogenomic signal places eukaryotes within the Archaea». Proc. R. Soc. (B rspb20121795)
  86. L. Guy & T. Ettema (2011). «The archaeal 'TACK' superphylum and the origin of eukaryotes». Sciencedirect. 19 (12): 580–587
  87. Woese C. R. & Gupta, R. (1981). «Are archaebacteria merely derived 'prokaryotes'?». Nature. 289 (5793): 95–6. PMID 6161309. doi:10.1038/289095a0
  88. Woese C (1998). «The universal ancestor». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 95 (12): 6854–9. PMID 9618502. doi:10.1073/pnas.95.12.6854
  89. Gupta RS (2000). «The natural evolutionary relationships among prokaryotes». Crit. Rev. Microbiol. 26 (2): 111–31. PMID 10890353. doi:10.1080/10408410091154219

Leitura adicional

  • Howland, John L. (2000). The Surprising Archaea: Discovering Another Domain of Life. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-511183-4
  • Martinko JM, Madigan MT (2005). Brock Biology of Microorganisms 11th ed. Englewood Cliffs, N.J: Prentice Hall. ISBN 0-13-144329-1
  • Garrett RA, Klenk H (2005). Archaea: Evolution, Physiology and Molecular Biology. [S.l.]: WileyBlackwell. ISBN 1-40-514404-1
  • Cavicchioli R (2007). Archaea: Molecular and Cellular Biology. [S.l.]: American Society for Microbiology. ISBN 1-55-581391-7
  • Blum P (editor) (2008). Archaea: New Models for Prokaryotic Biology. [S.l.]: Caister Academic Press. ISBN 978-1-904455-27-1
  • Lipps G (2008). «Archaeal Plasmids». Plasmids: Current Research and Future Trends. [S.l.]: Caister Academic Press. ISBN 978-1-904455-35-6

 title=
license
cc-by-sa-3.0
copyright
Autores e editores de Wikipedia
original
visit source
partner site
wikipedia PT

Archaea: Brief Summary ( Portuguese )

provided by wikipedia PT

Archaea (do grego: antigo, velho; em português: arquea, arqueia, arqueiaAO 1990, arquaia) é a designação de um domínio de seres vivos unicelulares morfologicamente semelhantes às bactérias, mas genética e bioquimicamente tão distintas destas como dos eucariontes. Esses micro-organismos não possuem um núcleo celular e são, portanto, procariontes. As arqueias foram inicialmente classificadas como um tipo de bactérias, recebendo o nome archaebacteria, mas essa classificação está obsoleta. Elas foram renomeadas para esclarecer que as arqueias estão mais intimamente ligadas aos eucariontes (vida na qual as células possuem um núcleo), do que às bactérias.

As células das arqueias possuem propriedades únicas, separando-as dos domínios Bacteria e Eukaryota. As arqueias são divididas em vários filos reconhecidos, entretanto, a sua classificação é difícil, pois a maioria não foi isolada em laboratório e somente foi detectada pela análise de seus ácidos nucleicos em amostras de seu ambiente.

A separação entre os domínios Bacteria e Archaea deu-se na década de 1970, quando o microbiólogo Carl Woese verificou que ao comparar as sequências de RNA ribossómico de várias espécies era possível separá-las em três grupos distintos. Apesar do nome (Archaea em grego significa “antigo”), este não significa que as Archaeas sejam mais semelhantes aos organismos primitivos do que as Bactérias ou os Eucariotas. Woese decidiu atribuir o nome Archaea a este domínio para fazer sobressair a sua natureza mais primitiva relativamente aos Eucariotas.

As arqueias possuem características que podem ser encontradas em eucariotas ou em bactérias. A título de exemplo, as arqueias possuem geralmente um único cromossoma circular - à semelhança das bactérias -, mas os seus cromossomas podem ter mais do que uma origem de replicação - fenómeno que se pensava estar presente apenas nos eucariotas.

No entanto, elas possuem características morfologicas próprias que justificam seu distanciamento das bactérias. A mais marcante dessas características distintivas é a ausência de um núcleo delimitado por uma membrana; por este motivo, tanto as arqueias como as bactérias são denominadas de procariotas. Uma vez que esta definição de procariotas é baseada em uma ausência, i.e., é feita com base numa característica que está presente nos eucariotas mas não está presente nos procariotas, alguns autores sugerem que a transcrição acoplada à tradução seja utilizada como característica apomórfica dos procariotas.

Algumas arqueias possuem características metabólicas únicas, tais como:

Algumas espécies de Archaea (Halobacteria), produzem energia a partir da luz, por uma estrutura celular chamada bacteriorrodopsina. Isto constitui um fenómeno de fototrofia (mas não de fotossíntese). Algumas arqueias pertencentes ao filo Euryarchaeota conseguem produzir metano, sendo por isso chamadas de metanogénios. Alguns destes organismos vivem no intestino de ruminantes.

Além disso, as arqueias possuem uma membrana celular com lípidos compostos de uma associação de glicerol-éter, enquanto que os das bactérias e eucariotas são compostos de glicerol-éster. Além disso, o grupo glicerol ao qual a cadeia hidrofóbica se encontra ligada tem estereoquímica diferente nas arqueias, comparativamente às bactérias e aos eucariotas. Também ao contrário das bactérias, as arqueias não possuem uma parede celular de peptidoglicanos. Apenas um grupo relativamente pequeno de arqueias possui uma parede celular composta por um polissacarídeo (pseudomureína); a maior parte das arqueias possui antes uma estrutura proteica para-cristalina chamada de S-layer ("superfície S"). Finalmente, o flagelo das arqueias é diferente em composição e desenvolvimento do das bactérias, tendo sido inclusivamente chamado de arcaelo (do original archaellum) para evidenciar as diferenças relativamente ao flagelo bacteriano.

O reino Archaea contém os filos

Korarchaeota Crenarchaeota Euryarchaeota Nanoarchaeota Thaumarchaeota (anteriormente considerados "Crenarchaeota mesófilos") 'Aigarchaeota'

Em 2015 foi sugerida a existência de um novo filo, o Lokiarchaeota.

license
cc-by-sa-3.0
copyright
Autores e editores de Wikipedia
original
visit source
partner site
wikipedia PT